26/04/2009

Crónica de uma “sociedade crónica”


Por vezes sinto-me triste, enfadonho, e acabo por nunca perceber qual o verdadeiro sentido de toda esta “penopolis” de sentimentos.

Acho que me faltas tu…sim tu! Aquela com quem vivi e aprendi a saber o verdadeiro significado da palavra amor! Amor... essa palavra cada vez mais usada e usada e usada, sem que os seus abusadores percebam a sua real ascensão.

Sinto a falta do teu toque, não sentido… Aquele toque que me perseguia estivesse cinzento ou um azul genuíno. Sempre soube que estiveras lá.

Mas hoje, hoje fecho os olhos e reparo que já não estás mais do meu lado.

Volto a fechar os olhos e já não te sinto como outrora senti. A imagem que conseguiste criar em mim fugiu por entre a brecha dos meus dedos, e por mais que tente puxar-te há sempre alguém que insiste em te derrubar.

Onde pára a liberdade não libertina que aqui morava? Se outrora lutamos pela janela aberta que nos deixava respirar o ar mais saudável e desejado, hoje parece que esse mesmo ar nos corta, que é frio e gelado. Hoje a liberdade deixou de terminar quando começa a dos outros. Mas por que razão acontece tudo isto se ainda ontem éramos felizes à nossa maneira? Se ainda ontem éramos capazes de nos respeitar mutuamente, de não nos atingirmos com ofensas que deixam de fazer qualquer sentido quando os seus intervenientes apenas querem o amarelo da vida sem experimentar o preto, amargo e desgostoso.

Sou devoto de ti, sou devoto da luta que deste e… na verdade…soube tão bem quando foste alcançada! Os punhos cerrados que foram usados, deram lugar a dois dedos bem erguidos. Mas o vermelho que foi vivo, começa a perder toda a sua vivacidade. A rouquidão experimentada deixou de fazer sentido, porque as causas pelas quais se gritam jamais são nobres.

Mas porque te quero, porque preciso de ti, lutarei e remarei contra estas ondas. Estas ondas que ganham cada vez maior proporção e me começam a deixar sem força.

Falarei sem voz aos demais, e contarei o quão era importante que voltasses ao primeiro dia da tua vida, esse dia em que me parece teres sido bem mais madura do que hoje com trinta e cinco.

Viver-te foi tão fugaz que nem deu. . .



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